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Olin, filho de Eike, lança música e revela detalhes sobre as prisões do pai

Leo Dias

16/08/2019 06h00

Olin Batista (Foto: Divulgação)

Olin Batista, filho caçula da atriz Luma de Oliveira e do empresário Eike Batistaque recentemente foi preso pela segunda vez por investigação na Operação Lava Jato – dá um novo grande passo em sua carreira, e lança, nesta sexta-feira, 16, "Falling", uma música que será sua grande aposta para brilhar como DJ no cenário eletrônico mundial.

Ouça aqui "Falling", com o DJ Olin Batista

Em conversa exclusiva com o Blog do Leo Dias, Olin – que leva uma vida extremamente discreta – abriu o jogo e falou não só sobre seu trabalho como DJ, mas também, pela primeira vez, sobre como é fazer parte da família Batista. Ele classifica seus últimos dois anos – desde a primeira prisão do pai e o início das investigações – como um "grande pesadelo" e diz que recorre à terapia e aos amigos para "vencer grandes demônios".

Ainda na entrevista, Olin dá sua opinião sobre a Operação Lava-Jato, revela detalhes emocionantes de como se sentiu com a nova prisão de Eike, no dia 8 de agosto deste mês – momento que ele define como "parecer o fim do mundo" – e aponta como se sentiu bastante injustiçado com toda esta investigação, que congelou não só as contas bancárias de Eike, mas de toda a família, confiscando também os relógios, computadores e celulares do caçula da família.

Empresariado por Viktor Franko, Olin fala com empolgação da nova música, realmente acredita em seu trabalho como DJ e diz que optou, internacionalmente, em não revelar a importância de seu sobrenome no Brasil: "Tiesto, David Guetta, Alesso, W & W, Nicky Romero, entre outros, não tocam minha música porque sou filho de um empresário, eles tocam porque a música é boa e isso é tudo."

Leia a entrevista completa com Olin Batista:

BLOG DO LEO DIAS – Você lança uma música nova hoje. O que pode nos contar sobre este novo trabalho? Nos conte os detalhes de "Falling".*

OLIN BATISTA – Queria criar algo autêntico, mas também algo bom pra balada, bem "club-banger", como chamamos na cena eletrônica. Procurei instrumentos clássicos e encontrei o som da flauta, se encaixou bem. Tentei várias ideias diferentes até chegar ao design final do som e da melodia. . Enviei a produção para o meu empresário, Viktor Franko, e ele adorou, e me escreveu: 'ISTO É GRANDE!". A partir deste momento eu sabia que não era somente eu que achava a música especial. Enviamos a música para a gravadora CYB3RPVNK (pronuncia Cyberpunk) do DJ mundialmente conhecido R3HAB e ele amaram a faixa. Só pra dar uma pequena ideia de quem é ele, atualmente o R3HAB ocupa o 12º lugar no TOP 100 de DJs, trabalhou com nomes como Tiesto, David Guetta, Calvin Harris, Martin Garrix, KSHMR, Hardwell e Rihanna, entre outros. É algo incrível, não só para mim que sou um cara do Brasil, mas seria para qualquer pessoa no mundo.

Você fez uma homenagem para a sua mãe em outra música que lançou em 2016. Essa nova é em homenagem a alguém?

É dedicada para as pessoas que gostam de sair, dançar, desestressar, esquecer os problemas do dia a dia. Quero que todos se conectem através das minhas músicas, é a minha ferramenta para espalhar amor ao mundo. Todos estão na música, não importa quem você é, qual cor de pele, sexo, religião, opinião político, todos estão nela.

Olin Batista também divulgará seu novo trabalho no Instagram @olinbatista (Foto: Divulgação)

No Brasil ainda existe um certo preconceito com o trabalho de DJ. Muita gente pensa que é só ir lá e "apertar um botão". Você sente esse preconceito?

Temos o produtor/engenheiro, que fica no estúdio, trabalha dias, semanas, às vezes meses, para criar uma música, e há o DJ que toca a produção finalizada na frente das pessoas. Ser um DJ é uma coisa muito complexa, mesmo selecionando as faixas para capturar a vibração da multidão ou da noite, porque cada público é diferente, cada local é diferente, o clima é diferente, então há muita coisa que um DJ deve entender e sentir. Sem mencionar que um DJ profissional pode tocar de 3-4 deck (canal) ao mesmo tempo e também é capaz de adicionar equipamentos extras, o que torna todo o processo tão complexo quanto uma banda com instrumentos reais. Todo mundo pode tentar ser um DJ, mas nem todo mundo será um DJ.

Sua última música lançada foi em 2017. São 2 anos. Por que tanto tempo sem lançar um novo trabalho?

2016 foi um ano dos sonhos pra mim. Lancei minha primeira música oficial, que foi dedicada à minha mãe e foi, na história da gravadora, a música mais tocada e baixada em 24 horas. Toquei nos EUA, Europa e lancei muitas músicas autorais. Em janeiro de 2017 eu lancei "Ingrosso – Dark River (Olin Batista Remix)" e queríamos fazer uma grande divulgação para essa faixa. O que aconteceu? Alguns dias depois meu pai foi preso. Enquanto eu lia as notícias e assistia a TV naquele momento algo simplesmente se quebrou dentro de mim. Ver meu pai ali, com a cabeça raspada em uma situação humilhante como aquela, foi realmente um momento chocante. Decidi ficar em silêncio. Um mês depois, quando meu pai foi solto, continuei lançando algumas músicas, mas sinceramente perdi o foco e por isso fiz uma pausa de dois anos. Dois anos de silêncio. Dois anos sem lançar músicas e fazer turnês. Foi difícil. Tive grandes lutas com meus demônios, mas agora estou de volta e tenho mais motivação.

Ser filho de Eike Batista atrapalha que você siga uma carreira sem ser associado aos escândalos de sua família?

Fora do Brasil ninguém sabe quem é Olin ou Eike Batista e sem qualquer tipo de nepotismo eu tive grandes sucessos. Tiesto, David Guetta, Alesso, W & W, Nicky Romero, entre outros, não tocam minha música porque sou filho de um empresário, eles tocam porque a música é boa e isso é tudo. Talvez pareça inacreditável, mas decidimos não falar sobre qual família eu nasci fora do Brasil, queríamos deixar os resultados falarem por si e funcionou bem. No Brasil, sempre senti e ainda sinto, que tenho que trabalhar duas, três vezes mais do que ninguém para obter tributo pelo meu trabalho. Se alguém acha que a carreira é mais fácil para mim, é exatamente o oposto. Estou aqui para provar para qualquer um com o lançamento da minha nova música "Falling" e também com o meu próximo show no dia 29 de agosto na TETTO, em São Paulo, que eu sei o motivo de estar neste negócio.

Como a sua família lida com as críticas e com a opinião pública? Conseguem viver em paz?

Teve um impacto enorme para a minha saúde mental. Realmente tive que trabalhar para me recompor. Tive que fazer terapia para seguir em frente. Tenho certeza que ofendi algumas pessoas ao meu redor sem nenhuma razão e não agi direito como normalmente faço, mas aprendi a pedir desculpas e também a perdoar a mim mesmo. Os últimos dois anos realmente foram um pesadelo em alguns momentos, mas sou muito grato pela vida ter me dado amigos incríveis que estiveram ao meu redor. Eles sempre me lembram de como é lindo ver o sol brilhando.

O que você acha da Operação Lava Jato?

Não me aprofundei muito neste assusto, mas acho que se isso serve para a ascensão do Brasil como nação, eu a apoio absolutamente. Porém, se isso é apenas uma briga entre pessoas ou talvez seja sobre reorganizar dinheiro e poder, será prejudicial para o país e para a alma da nação brasileira em curto e longo prazo também, porque as pessoas perderão a fé em tudo e em todos.

E a relação com a sua mãe, Luma de Oliveira, como é?

Ainda moro com ela, nosso relacionamento é ótimo. Ela sabe o quanto é importante para mim e eu sei o quanto sou importante para ela. Durante a minha infância e adolescência eu convivia menos com meu pai, ele trabalhava muito, estava sempre ocupado, mas entendi que ele trabalhava para nós e para o país, para fornecer um futuro estável. Não tenho motivos para reclamar. Atualmente vou ao escritório do meu pai vários dias por semana para ficar com ele e aprender com ele. É um herói com uma história de vida incrível.

Eike Batista, Olin Batista, Luma de Oliveira e Thor Batista (Foto: Reprodução/Instagram @olinbatista)

Qual é a sua reação quando um novo escândalo envolve seu pai. Você o questiona?

É importante checar todos os resultados que ele fez para o país. Basta mencionar alguns: O Porto do Açu, a primeira usina solar comercial brasileira, usina termelétrica, dando emprego a mais de 20 mil pessoas somente em 2011, investindo bilhões para a economia brasileira. Esses projetos levantaram e vão aumentar significativamente o PIB brasileiro. Fora os projetos sociais que ele apoiou, apoio à polícia para combater o crime e muitas outras coisas importantes. Ele sempre nos ensinou a respeitar e confiar no Brasil e fazer o que podemos fazer sozinhos para ajudar a abraçar o país. Ele tinha dinheiro suficiente para viver e proporcionar uma grande vida para ele e sua família antes mesmo do Thor ou eu nascermos. Alguém acha que ele fez seus projetos porque ele era muito megalomaníaco ou coisa do tipo? Não, eu não vejo assim e estou dizendo agora para todo mundo, o que ele sempre disse para mim e para o Thor, que ele quer o conhecimento e os recursos para abraçar o país e a comunidade. É por isso que me sinto chocado quando leio artigos, matérias e comentários ruins sobre ele na imprensa ou em redes sociais.

Seu pai foi preso novamente recentemente. Como foi? O que você sentiu?

8 de agosto. 6:00 AM. Acordei com alguém batendo na minha porta. Era um bando de policiais e eles disseram que apreenderiam meus bens de valor, inclusive meus relógios, laptop, meu computador de estúdio e até meu celular, sem falar que naquele dia até minha conta bancária tinha sido congelada. Acordei e não entendi o que estava acontecendo, pensei que era apenas um sonho muito ruim, mas alguns minutos depois eu percebi que era a vida real. Fiquei muito bravo, claro, e o pior, meu pai foi preso novamente. Senti que aquele era o fim do mundo, aquilo novamente acontecendo com a minha família e eu não podia fazer nada. Ainda estava tentando entender o por que era necessário prender meu pai e apreender meus bens de valor, incluindo a minha ferramenta de trabalho (o computador do meu estúdio) e meu celular. Se são cerca de R$ 1,6 bilhão, por que foi necessário apreender alguns milhares de ativos? Foi um sinal ou apenas para mostrar o poder que "podemos fazer essas coisas com vocês". Eu não entendo e me sinto injustiçado. Eu sinto o mesmo preconceito que senti em 2015 com o juiz que apreendeu os carros e bens do meu pai e os usou sozinho. Espero que todos saibam o que aconteceu e onde está essa pessoa atualmente.

Quais são seus sonhos profissionais e pessoais?

Ser convidado para qualquer lugar do mundo, tocar música boa e fazer as pessoas dançarem, sorrirem e se divertirem. E, na vida pessoal, o mesmo, mas com a diferença de ser capaz de contar isso para minha esposa e meus filhos um dia.

Qual a importância do dinheiro na sua vida?

É uma ferramenta de troca material. O dinheiro pode lhe dar liberdade para fazer o que você mais gostaria de fazer na vida. Não é uma grande prioridade, pois não pode comprar felicidade, amor, mas lhe dá liberdade para fazer coisas que você gosta. Dinheiro não é prioridade. Prioridade é ser feliz.

*Com reportagem de Lucas Pasin

Olin Batista (Foto: Divulgação)

Sobre o autor

Leo Dias é jornalista e apresentador do programa “Fofocalizando”, do SBT. Foi correspondente internacional da rádio portuguesa RDP, passou pelas TVs Bandeirantes e RedeTV! e apresentou um programa na rádio FM O Dia, líder de audiência no Rio de Janeiro, onde entrevistava políticos, jogadores de futebol, dirigentes e muitos artistas. Assinou uma coluna de celebridades no jornal "O Dia" e também esteve nos jornais "Extra" e nas revistas "Contigo", "Chiques e Famosos", "Amiga" e "Manchete". Apesar dessa experiência, sempre se definiu como repórter, tamanha paixão pela apuração da notícia e pela vontade em produzir conteúdos exclusivos.Polêmico, controverso e dono de uma forte personalidade, Leo conquistou um público cativo por dar notas explosivas e audaciosas num mundo artístico mais conservador. Seu lema: “A fama tem um preço estou aqui para cobrar”.

Sobre o blog

Notícias exclusivas sobre o mundo das celebridades e os bastidores do show business no Brasil.

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