Globo não assina com Carnaval do Rio e Prefeitura quer tirar seu monopólio

Marquês de Sapucaí, palco do Carnaval do Rio (Foto: Reprodução)

Já ouviu falar no tal "samba do crioulo doido"? Pois assim está o Carnaval do Rio neste exato momento.

São tantas histórias, mas o Blog do Léo Dias vai resumir.

Até agora a Liesa, que é a Liga responsável por administrar a folia carioca, não definiu quantas escolas irão desfilar no ano que vem. Isso porque São Clemente e Imperatriz organizaram uma virada de mesa tardia. Isso causou um racha nos velhos controladores do jogo do bicho do Rio. Como a coisa ficou realmente feia, Jorge Castanheira, o presidente da Liga renunciou e até agora o cargo está vago.

Aí entra a poderosa TV Globo. É ela quem dá o dinheiro que dá o início aos trabalhos nos barracões. A grana sai geralmente em julho, mas até agora não foi assinado o contrato de transmissão. Em nota, a Globo diz que aguarda um interlocutor. É que a Liesa virou um navio à deriva. E sem contrato com a Globo, não tem dinheiro.

Desde que o prefeito evangélico Marcello Crivella assumiu, o dinheiro público secou na festa profana. A desculpa dele é que a verba acaba favorecendo a TV Globo, empresa que mais lucra com o Carnaval. Por isso, o pastor gestor está determinado a abrir uma licitação e tirar do jogo do bicho (leia-se Liesa) o controle do Carnaval. Crivella diz que já há três grandes empresas interessadas mas essas mudanças só aconteceriam para o Carnaval de 2021. Uma das exigências do prefeito é que nesta nova empresa criada para administrar o Carnaval, o monopólio da transmissão seja retirado da TV Globo.

Já há alguns anos que a Liesa tenta convencer à Globo a tratar o Carnaval como o futebol. Mas não da pra comparar. A Globo impede a exposição de qualquer marca em toda a Marquês de Sapucaí (ao contrário dos campos de futebol) e em troca dá 2 milhões de reais para cada escola.

O que da pra explicar é que são muitos interesses em jogo e quem mais perde com toda essa confusão é a qualidade do Carnaval carioca.